segunda-feira, dezembro 27, 2010

vejo musica nos seus poemas
melodias tristes e sonolentas
pressagio de sonambulismo
pesadelo doente e infinito

e só você que não sabe
minha dor só é meia verdade
resquicio de saudade
de um amor que nunca amei

não queria que fosse embora
mas hoje agora
não te quero mais de volta

sao apenas palavras sem melodia
sonolentas e tristes
como um final de dia

3 comentários:

Anônimo disse...

"Eu estava parado no patamar da escada quando ele me disse:
— Tenho sete formas. Navegue.
Abraçou-me. Tinha cheiro de mar. Do mar que não há nesta cidade.
Pedi que ficasse, como não ficou o outro. Mas não o suportaria, acrescentei a seguir. Sorriu. Como se nada do que eu pudesse dizer fosse capaz de modificar sua partida. Ainda chove, tentei dizer. Não importa, será melhor assim, repetia sua mão estendida. Passou-a devagar na minha face. Eu era uma coisa pequena, rastejante e sem Deus, caminhando no escuro lamacento à procura apenas de qualquer gesto como o toque de uma mão humana, devagar na minha face. Ele tocou. Calçou os sapatos, apanhou o chapéu. Eu quis dizer que poderia ocupar o segundo quarto — a segunda cama, a segunda vida — talvez para sempre. Eu estava tão vivo que qualquer outra coisa também viva e próxima merecia minha mão estendida, oferecendo. Estendi a mão. Ele não podia aceitá-la
Eu não devia estendê-la"

=]

Anônimo disse...

abreu... :/

Anônimo disse...

"Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava. Completo partiu." =]