sábado, junho 18, 2005

um quarto branco um lugar abstrato
um violao na cama o momento exato
uma tarde escura um dia nublado
o vento frio de um ventilador quebrado

a janela esta fechada
e a porta um pouco aberta
dois corpos deitados
numa cama descoberta

duas vidas cheia de sonhos
em tempos de pouca esperança
enquanto o mundo arde em chamas
agente simplismente se ama

pensando no futuro
recordando o passado
percebo que tenho a vida inteira
so pra ficar do teu lado

nessa tarde triste clichê
escrevi isso so pra mostrar
que nao consigo ficar
um minuto sem pensar em voce
nunca mais escrevi nada
minha vida caiu na mesmice
numa rotina eterna
e eu gosto disso

nunca mais sofri por amor
nem perdi as esperanças
nao tive medo, nem perdi o sono
sem tristezas so alegrias

talvez por que agora me sinto morto
não sinto mais aquele fogo interior
minha vida sucumbiu a mediocridade humana
ao conforto das tarefas repetitivas

ou sera que eu alcancei a felicidade?
seria felicidade apenas existir?
sem dor, sem objetivo, sem falta de esperança?
mas qual a graça de viver sem medo?

por que correr e correr
atravessar as noites, os meses e os anos
sem fazer questao de chegar em lugar algum?
em ter esperanças, mas pra conseguir pouco
em sonhar, mas depois, esquecer os sonhos...

quinta-feira, junho 16, 2005

fazia tempo
que eu nao tinha tempo
de pensar na vida
e nos seus desdobramentos

faz saudade
de quando eu tinha saudade
da infancia que eu nunca tive
e que esqueci de ter

eu me arrependo
de nao me arrepender
de perder a adolescencia
estudando o q eu nao queria aprender

eu queria a alegria
de ser alegre e feliz todo dia
de ver o sol por entre os dias nublados
de sentir a minha vida nao esse fardo

gostava de ter certeza
que que fazia tudo certo
que tudo era correto e ideal
que a vida seria como uma funçao exponencial

mas agora eu nao sei
se sei o que deveria saber
antes eu corria rumo ao meu futuro
mas a estrada agora parece mais longa
e o fim mais e mais distante
entao passei a andar.